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Saúde

Bebê morre em maternidade e mãe denuncia negligência

Por: Roberto Carvalho - 09/08/2010

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A ambulância da Prefeitura de Alvorada do Gurguéia  que trouxe para Teresina a dona de casa Maria de Lourdes Pereira e seu bebê, ainda em gestação, não retornou para a cidade da maneira como era esperado. O bebê de dona Lourdes, que nasceu na capital aparentemente saudável, foi levado de volta para ser atendido na Maternidade Dona Evangelina Rosa por causa de uma convulsão iniciada na madrugada de hoje, mas acabou falecendo. Dona Lourdes acusa a maternidade de não possuir estrutura adequada e ter demorado a atender o filho. “Cheguei às 3 horas da manhã com meu filho ainda sofrendo do ataque convulsivo e eles não puderam me atender e nem encaminharam para algum outro lugar que podia”. A mãe afirma que já havia notado um problema com a criança, mas foi tranquilizada por uma médica do hospital, de cujo nome ela não lembra. “Eu gostaria de saber a razão. Por que deixaram que isso acontecesse?” As fotografias desta reportagem foram feitas mediante autorização da mãe do bebê A dona de casa conta ainda que ficou internada durante um mês em Teresina antes do parto. A mãe, no momento, não soube explicar ao certo a causa da morte da criança, mas afirma apenas que foi em decorrência do ataque de convulsão e da falta de atendimento adequado numa CTI, que, segundo ela, não tinha vagas disponíveis no momento em que o bebê precisou. “Eu pedi ao menos que eles me indicassem algum outro hospital, mesmo particular, que eu conseguia um jeito de pagar, mas eles não fizeram isso.” Acilino Ramos, diretor do Instituto de Perinatologia Social da maternidade, diz que o caso do filho da dona Maria de Lourdes era bastante complicado. “A mãe possui diabetes e sobrepeso, além de pressão alta.” Segundo o médico, a situação de saúde da mãe influi bastante nas condições físicas do bebê. “Muitas mortes ocorrem em decorrência disso”. Maria de Lourdes Pereira retornou para sua cidade com o filho morto Segundo Acilino, a diabetes pode ser apontada como um sério agravante. “Nos casos da doença, o perigo para o filho é muito grande. Muitas vezes os médicos têm que retirar o bebê antes que ele faleça dentro do útero.” O médico conta que a principal causa de mortes de recém-nascidos na situação em que o filho de dona Maria de Lourdes se encontrava é a dificuldade de respiração gerada pela falta de maturação pulmonar, e que é muito provável que tenha acontecido isto, embora esta hipótese não tenha sido confirmada. “A retirada do bebê dessa senhora estava previsto para o dia 15 (de agosto), mas as equipes tiveram de fazer o parto logo por causa dos riscos para o bebê.” Segundo o diretor do IPS, a probabilidade de negligência ou de atraso não procede. “Infelizmente, trabalhamos com uma UTI relativamente grande, mas que tem uma demanda muito grande. Recebemos casos até de Tocantins”, declara. Apesar da situação difícil, ele fala ainda: “Se as equipes que atenderam essa senhora não a encaminharam para algum outro hospital que tenha uma UTI, eu estou certo de que, infelizmente, não havia vagas em nenhum outro local que pudesse atender o bebê”.
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