Por: Roberto - 11/09/2019
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O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (SINTECT-PI) deflagou greve geral durante Assembleia Extraordinária realizada no Pátio do Edifício Sede dos Correios do Piauí, nessa terça-feira (11/09). Por unanimidade, os trabalhadores ecetistas aderiram à paralisação por tempo indeterminado no Piauí, acompanhando o movimento nacional de luta contra a retirada de direitos e em defesa dos Correios como empresa 100% Estatal.
O SINTECT-PI foi o primeiro sindicato do país a aprovar a greve. Os outros 36 sindicatos e as 2 federações (FENTECT e FINDECT) saíram juntas na luta contra os desmandos da direção da empresa e do governo federal.
Entenda o caso
O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), documento que deve ser acordado e assinado entre Empresa e a representação dos trabalhadores (Sindicatos/Federação), deveriam ser discutindo no mês de junho/julho, porém os representantes da direção da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT/Correios) se mostraram intransigentes, apresentando retirada de diversos direitos e não abrindo espaço para se negociar.
A ECT por várias vezes desconsiderou o Comando Nacional de Negociação e Mobilização (CNNM), deixando de comparecer a reuniões agendadas em conjunto e demonstrando que não iriam recuar nas propostas de retirada de direitos duramente conquistados pela categoria.
No final de julho, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) se propôs a realizar uma mediação entre as partes e prorrogou o ACT vigente (2018/2019) até o dia 31 de agosto. Inclusive, mantendo a situação dos pais no Plano de Saúde. Porém, no dia seguinte a prorrogação, a direção da ECT desautorizou o atendimento dos pais dos funcionários, permitindo apenas em caso de urgência.
Durante o período da prorrogação proposta pelo vice primeiro ministro do TST, a empresa se negou a participar e apresentar uma proposta que pudesse atender aos interesses dos trabalhadores, se negando a negociar e não aceitando a prorrogação proposta mais uma vez pelo TST para o dia 29/09.
Veja nota:
Reprodução
A LUTA NÃO É SÓ ECONÔMICA
Outro fator que está mobilizando os ecetistas é o anuncio do presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes que pretendem privatizar os Correios, realizando um ataque contra a soberania nacional e pretendendo vender a empresa estatal mais antiga do país.
Para a categoria, existem 2 fatores fundamentais com relação a defesa dos Correios como empresa 100% pública: 1 – O fator de abrangência logística; 2 – O papel social dos Correios.
1 – Abrangência logística; Os trabalhadores dos Correios sabem que a empresa está presente na vida do povo brasileiro em seus mais de 5.570 munícipios, garantindo o direito a comunicação de toda população brasileira. Caso seja realizada a privatização, muitos municípios vão ficar descobertos.
A campanha de difamação articulada para enfraquecer a imagem dos Correios perante a opinião pública esconde que muitas empresas que tentam concorrer com os Correios só querem atender aos grandes centros e quando as encomendas são para cidades distantes essas empresas utilizam o serviço dos Correios para executar a entrega.
2 – A importância do papel social dos Correios; Poucas pessoas sabem que os Correios são essenciais para a realização de políticas públicas e serviços sociais para a população. As campanhas de vacinação, campanha de amamentação, responsável pela logística do ENEM, distribuição das urnas no período eleitoral, entrega de donativos e atuação em grandes tragédias como Mariana e a de Brumadinho. Além dos serviços do Banco Postal que faz o papel de uma agência bancária e permite a circulação de dinheiro em muitas localidades.
NÃO A CAMPANHA DE DIFAMAÇÃO
Os trabalhadores também estão mobilizados contra essa campanha de difamação que tenta jogar a opinião pública contra os Correios para justificar a sua venda. Porém não revelam para a população que os ECT é autossustentável, vem apresentando recuperação de seus ganhos, mesmo não sendo uma empresa voltada para o lucro, mas sim, para atender essa importante demanda social que é a comunicação.
Grande parte dos problemas gerados nos Correios é fruto da ingerência política que sempre aconteceu na empresa. Que compromete a gestão e apadrinha alguns poucos escolhidos.
Os trabalhadores também tem consciência de que muito se fala sobre a previdência dos trabalhadores, mas não é exposto para o grande público que o ministro da economia está sendo investigado pela fraude no Postalis pela Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público Federal como já apresentaram diversas reportagens.
SINTECT-PI, NENHUM DIREITO A MENOS
FONTE: 180 Graus