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Geral

Mulheres lideram abertura de pequenos negócios no Piauí

Por: Roberto - 20/02/2021

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Empreender é construir o próprio legado, contribuindo para uma sociedade mais justa, desenvolvendo autonomia, conquistando a independência financeira. Quando o assunto é a abertura de novos negócios, as mulheres lideram o ranking no país. 

Segundo levantamento do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste, o protagonismo no microcrédito urbano, mesmo no cenário atípico causado pela pandemia do coronavírus, ficou com as mulheres, que registraram R$ 7,8 bilhões em crédito com o Crediamigo em 2020, correspondente a 2,9 milhões operações.

No Piauí, o cenário é bem parecido com a realidade do restante do Brasil. Dados da Superintendência Estadual do Piauí do Banco do Nordeste apontam que dos 243.678 clientes ativos no Crediamigo, 165.121 deles, ou seja, 68%, da carteira de clientes são mulheres. Samara Leite, gerente regional do Escritório do Crediamigo em Floriano, lembra que esse é o maior programa de microcrédito do país, pois oferece crédito produtivo e orientado para o sucesso do negócio.

“O Banco do Nordeste se orgulha de ter 68% de sua carteira de microcrédito composta pelo público feminino. São 165 mil clientes mulheres que possuem crédito ativo no Crediamigo mostrando a força do papel da mulher nas microfinanças”, afirma Samara Leite.

Pensando nessas guerreiras, a gerente adiantou que o banco irá lançar em breve um produto de microcrédito exclusivo para este público. “Esse programa vai contar com condições diferenciadas e uma roupagem aderente à feminilidade tão representativa de nossa carteira de crédito, visando ainda o enfrentamento das consequências econômicas da crise sanitária e o fomento do empreendedorismo feminino, que é fundamental para que as mulheres possam aumentar seus rendimentos, gerar empregos, ter sustentabilidade no mercado”, acrescentou.

Desafio de empreender em meio à pandemia

Kenia decidiu abrir ótica com atendimento domiciliar

Empreender é desafiador para todos os gêneros, uma atividade que requer comprometimento e boas doses de motivação. Porém, essa jornada é mais difícil para as mulheres. Elas passam mais tempo trabalhando, tendo de enfrentar uma dupla jornada e em alguns casos tendo que vencer o medo de iniciar seu próprio negócio. Esse é o caso da administradora Kenya Pereira, de 36 anos, que decidiu abrir uma ótica com atendimento domiciliar em meio à pandemia, em Teresina.

“O maior desafio foi a questão da aceitação dos clientes. Observei que nesse segmento, os clientes preferem ir até à loja física. Tive que passar muita segurança e credibilidade na apresentação do meu trabalho para poder ter essa abertura para com eles”, disse.

Kenya revela que o suporte e consultoria que recebeu do Banco do Nordeste durante o processo de abertura do negócio foi essencial para iniciar a sua empresa.  “Já sou cliente há algum tempo e tenho total confiança. A questão da facilidade, das baixas taxas de juros, dos prazos, da ótima comunicação entre banco e cliente, facilitou e ajudou muito nessa minha nova trajetória”, avaliou.

Com relação a gerenciar seu próprio negócio, a empreendedora afirma que nunca deixa de ser desafiador. Pois é preciso ter o controle de tudo, todas as etapas, deste investimento ao processo de finalização da venda. O que permite uma visão ampla e complexa do que é um negócio comercial propriamente dito. 

Para as mulheres que almejam empreender, Kenya Pereira aconselha:  “O primeiro passo é: risque do vocabulário a palavra medo da sua vida. Enfrente os obstáculos, eles servem de apoio para te ajudar a subir mais alto. O mercado é para todos, basta ter foco e determinação. E o fundamental, amar o que faz e fazer como se fosse para agradar a quem você mais ama”.

Pedidos delivery impulsionam abertura de hamburgueria.

Impulsionada pelo desejo de autonomia, Clarisse Abreu, de 32 anos, apesar de cursar Zootecnia, trabalha em um ramo completamente diferente da sua profissão devido à necessidade e à vontade de empreender, que sempre foi seu foco. Entre alguns aprendizados e curiosidade encontrou no segmento de hamburgueria uma boa opção para gerar receita e se manter.

Clarisse Abreu abriu hamburgueria após alta demanda por pedidos delivery

“No início da pandemia comecei da minha casa atendendo pedidos delivery, hoje já tenho espaço físico, localizado na Avenida Barão de Castelo Branco, na zona Sul de Teresina. Empreender na pandemia foi um grande desafio e um bom começo pra mim, o delivery foi a melhor opção, e para quem trabalhava em casa , foi ótimo.  Dificuldades sempre aparecem, mas nada que atrapalhasse meu sonho de empreender, fui só adaptando e mudando alguns atos, e tudo vem se encaixando”, conta.

Clarisse lembra que já teve outros negócios que por fatalidade do destino, acabou não indo para frente e mesmo assim se manteve firme e focada no seu objetivo. “Não foi tão difícil abrir minha hamburgueria, o detalhe de cada coisa importa, que só o olho do dono enxerga, como diz o ditado, "o olho do dono que engorda seu gado". Não pensar em desistir, não criar hipótese que vai dar errado, melhor errar do que não tentar, o fracassado não é o que fracassa , mas o que não começa por medo e assim eu tenho na cabeça, sempre que erro, corro atrás do acerto”, finaliza.

Do sucesso da venda virtual à loja física

As mulheres estão, pouco a pouco, conquistando mais espaço no mercado de trabalho e no mundo dos negócios. Porém, muitos desafios ainda precisam ser superados.  Em uma arena predominantemente masculina, as mulheres enfrentam a dupla jornada, a falta de apoio e o descrédito de investidores para conquistar os seus sonhos. 

Eduarda Santiado em poucos meses de loja já é referência em venda de moda praia

Aos 19 anos, a empresária Eduarda Santiago, cursa enfermagem, mas há menos de três meses decidiu abrir sua loja de moda praia, localizada no bairro Cabral, na  Zona Norte de Teresina. Com a boa aceitação do negócio com o sucesso da loja virtual no dia 02 de agosto de 2020, a jovem empreendedora resolveu abrir a loja física em 27 de novembro de 2020.

Eduarda revela que quando decidiu abrir a sua loja virtual, todo investimento que teve foi com uma quantia que havia guardado.  Começou com o pouco que tinha. Comprou apenas 15 peças, 1 kg de sacolas e um tapete para fotografar as peças no seu próprio quarto para poder publicar no Instagram da loja.

“Empreender normalmente já não é algo fácil e seguro, diante de uma pandemia onde se via a economia local fragilizada foi ainda mais difícil e duvidoso. A maior dificuldade que enfrentamos é o nosso próprio medo, mas a única alternativa para vencê-los é enfrentando, então decidi criar coragem de empreender mesmo com a dificuldade em que o comércio se encontrava perante a pandemia”, observa.

Eduarda ressalta que tem sido uma experiência gratificante e satisfatória participar e comandar cada parte da sua própria empresa. Conhecer cada processo e correr atrás de cada detalhe. “Para você que está sonhando em abrir uma empresa e tem receio, lembre-se que a insegurança já existe em cada um de nós, mas não devemos deixar de progredir por conta dela. Toda empresa grande já foi um dia alguém que deixou o medo e receio de lado pra alcançar aquilo que quer. A gente precisa acreditar e correr atrás do que queremos atingir”, pontuou. 

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