Por: Roberto - 08/06/2021
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Uma única cidade do Piauí, com pelo menos 30 mil habitantes, deve receber o primeiro lote da vacina Sputnik V, imunizante contra a Covid-19 aprovado na sexta-feira (04/06), com condicionantes, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com essa estratégia, a ideia dos governadores do Consórcio Nordeste é de reproduzir, em cada um de seus estados, o experimento realizado na cidade de Serrana, em São Paulo, pelo Instituto Butantan, que avaliou a eficácia da CoronaVac.
O Piauí possui pelo menos sete municípios com população igual ou superior a 30 mil, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizada no ano de 2020 (Veja abaixo). Portanto, se encaixam nesse critério e são potenciais cidades a receber o imunizante russo.
Luís Correia: 30.4 mil habitantes Miguel Alves: 33.8 mil habitantes São Raimundo Nonato: 34.8 mil habitantes Oeiras: 37 mil habitantes Pedro II: 38.7 mil habitantes José de Freitas: 39.3 mil habitantes Esperantina: 39.8 mil habitantesSputnik V (Foto: Reprodução)
Até o momento, o Governo do Estado não tem previsão para chegada das 64 mil doses em território piauiense. Segundo informações apuradas pela reportagem do OitoMeia, a ausência de uma data específica se dá porque o contrato assinado entre os estados do Nordeste e o Fundo Russo de Investimento, responsável pelo desenvolvimento da vacina, deve sofrer alterações.
Essas alterações visam atender as determinações da agência reguladora. Uma reunião nesta terça-feira (08/06) entre governadores e o Fundo deverá definir o cronograma de entrega.
A Anvisa autorizou a importação excepcional e temporária de doses da Sputnik V para o Piauí, Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco. Ou seja, a decisão não configura autorização de uso emergencial e apenas esses estados podem fazer o uso da vacina, exclusivamente, para lotes específicos.
A administração do imunizante terá que ser interrompida caso a Anvisa negue o pedido de uso emergencial, pois a agência precisa ela própria atestar sua eficácia, qualidade e segurança.
PESOU A FAVOR: EFEITOS COLATERAIS LEVE E ENTREGA DE DOCUMENTOSA favor da importação da Sputnik V pesou o fato de que a vacina deixa efeitos colaterais considerados leves como febre e dor no local da aplicação. Informações positivas adquiridas pela própria Anvisa junto de alguns dos 62 países, que já aprovaram o imunizante, também foram levados em conta, assim como entrega de documentos pelos governadores e autoridades russas, então pendentes na última solicitação agência.
Com Sputnik, presidente da Argentina, Alberto Fernández, foi o 1º a se vacinar na América Latina (Foto: Reprodução/ Exame)
ANVISA IMPÔS CONDICIONANTES A SPUTNIKAo autorizar a importação da vacina, entretanto, a Anvisa salientou que o imunizante “não tem avaliação” da agência quanto a qualidade, eficácia e segurança. Em outras palavras, a reguladora não garantiu que Sputnik V tenha qualidade, seja eficaz e segura dentro dos parâmetros exigidos pelo Brasil.
Dessa forma, a aprovação veio junto de uma série de restrições quanto ao seu uso no país. Essas restrições a Anvisa chamou de condicionantes. Por exemplo, a Sputnik não poderá ser aplicada em grávidas, lactantes, menores de 18, mulheres em idade fértil ou pessoas que tenham recebido outra vacina contra Covid-19. (Veja abaixo os demais grupos).
A Anvisa também atribuiu aos estados a obrigação de “distribuir e utilizar a vacina em condições controladas com condução de estudo de efetividade (estudo de vida real que ateste a proteção da vacina), com delineamento acordado com a Anvisa e executado conforme boas práticas clínicas”. Assim, as vacinas só poderão ser aplicadas em locais onde seja possível monitorar e tratar reações adversas.
Sputnik V (Foto: Reprodução)
FONTE: Oito Meia