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Sábado - 08 de Novembro de 2025
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Saúde

Médicos estão tendo que comprar medicamentos com próprio dinheiro, denuncia Sindicato

Por: Roberto - 30/10/2025

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Médicos e demais profissionais da área da saúde estão realizando, nesta quinta-feira (30), uma paralisação das atividades e manifestação em frente ao Hospital Getúlio Vargas (HGV), em Teresina.

O movimento é liderado pelo Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI) e conta com o apoio de sindicatos que representam outras categorias da saúde, como fisioterapeutas, farmacêuticos e odontologistas.

Médicos paralisam atividades e fazem manifestação em frente ao HGV, em Teresina - (Assis Fernandes/ODIA)Assis Fernandes/ODIAMédicos paralisam atividades e fazem manifestação em frente ao HGV, em Teresina

O ato desta quinta-feira tem como principal objetivo denunciar o desvio de recursos da saúde pública e pressionar o governo estadual pela realização de um concurso público que reforce o quadro de profissionais e reduza a sobrecarga nas unidades hospitalares.

A decisão pela paralisação foi tomada no último sábado (25), durante uma Assembleia Geral Extraordinária realizada pelo SIMEPI, que reuniu representantes de diferentes entidades e categorias do setor. O encontro discutiu as condições de trabalho enfrentadas pelos profissionais da rede pública e os desafios que comprometem o atendimento à população.

"Essa manifestação acontece porque não aguentamos mais o descaso com a saúde pública do Piauí, enquanto assistimos nos noticiários desvios de milhões de recursos da saúde pública através de organizações sociais e outros meios. Enquanto isso, a população está morrendo. As condições de trabalho estão ruins e os hospitais estão precários. A propaganda diz que está tudo mil maravilhas, mas é mentira. Não tem segurança para ara os profissionais, que estão adoecidos e exaustos. Estão ali para salvar vidas, mas não conseguem porque o governo não dá essa condição", disse Samuel Rego, vice-presidente do Simepi.

Médicos paralisam atividades e fazem manifestação em frente ao HGV, em Teresina - (Assis Fernandes/ODIA)Assis Fernandes/ODIAMédicos paralisam atividades e fazem manifestação em frente ao HGV, em Teresina

Samuel denunciou ainda que os médicos chegam a comprar medicações com recursos próprios e entregá-los aos pacientes, devido à falta de remédios. O médico relatou ainda que a estrutura dos hospitais é bastante precária, com ar-condicionados quebrados, fiações expostas, bem como casos de assédio moral.

"Estamos em luto pelas milhares de mortes que estão acontecendo por conta da falta de recursos, decorrentes desses desvios. Estamos cansados de luto, por isso estamos indo à luta", reforçou Samuel Rego.

Assembleia aprovou manifestação dos médicos em Teresina - (Divulgação / SIMEPI)Divulgação / SIMEPIAssembleia aprovou manifestação dos médicos em Teresina

Durante a assembleia, os participantes relataram situações de precarização do trabalho, falta de estrutura e defasagem salarial. Entre as principais reivindicações, destacam-se:

Remuneração digna e pagamento integral da insalubridade; Condições humanas de trabalho para todos os profissionais da saúde; Combate à precarização que adoece trabalhadores e compromete o atendimento público; Transparência na aplicação dos recursos públicos e fim do desvio de verbas da saúde; Resistência à reforma administrativa, que, segundo os profissionais, retira direitos dos servidores; E a oposição à indicação política nos serviços públicos.

Médicos paralisam atividades e fazem manifestação em frente ao HGV, em Teresina - (Assis Fernandes/ODIA)Assis Fernandes/ODIAMédicos paralisam atividades e fazem manifestação em frente ao HGV, em Teresina

Estiveram presentes Lúcia Brasil, farmacêutica; Marcondes Martins da Silva Júnior, diretor do Sindicato dos Odontologistas do Piauí (SOEPI); Letícia Evangelista, presidente do Sindicato dos Fisioterapeutas do Piauí (SINFITO/PI); entre outros representantes.

Leilane Quaresma, vice-presidente do Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais do Piauí (Sinfito-PI), também esteve presente na manifestação e destacou que os problemas na saúde pública do Estado se estende, não somente aos médicos, mas outros profissionais, como os fisioterapeutas.

"Não é somente problema estrutural, mas também de valorização dos profissionais. Nós temos um concurso da FMS, com a lista de profissionais a serem convocados, mas é uma quantidade bem aquém da necessidade real do município e, mesmo assim, não conseguimos a convocação. O concurso foi anunciado com 25 vagas para terapia e terapia ocupacional e não vamos conseguir atender nem a demanda do FGV com essa quantidade. A população vai continuar desassistida, sem acesso de saúde de qualidade e com filas imensas", reiterou.

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