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Saúde

Profissionais de saúde alertam para continuidade no tratamento pós-Covid

Por: Roberto - 17/03/2021

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O envolvimento dos mais diversos profissionais da área da saúde no tratamento da Covid-19 é sabido por todos. Técnicos de enfermagem, enfermeiros, infectologistas, nutricionistas, farmacêuticos, bioquímicos, cardiologistas, neurologistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos são apenas alguns destes que estão ligados diretamente aos pacientes que foram infectados e hospitalizados.

A Covid-19 ainda é uma doença que permanece em estudo, especialmente devido sua variada forma de atuação – sintomas – e diversidade de mutações. Outro ponto que tem sido alvo de pesquisa são as consequências pós-Covid.

Enquanto muito se fala em tratamento durante a infecção, poucos lembram do pós. Pacientes, dos casos mais graves aos mais simples, têm sofrido consequências depois do período de isolamento, medicação e internação (esta em último caso). São as chamadas “sequelas da Covid”.

Muitos infectados têm apresentado, após o período de tratamento, sintomas como cansaço, fadiga, dificuldade para respirar, tosse persistente e outros mais, demonstrando, geralmente, sequelas cardiológicas, pulmonares e renais.

O RiachãoNet procurou dois profissionais da saúde para explicar de que forma as pessoas podem agir caso sintam algum desconforto em uma três áreas citadas anteriormente. Ambos enfatizaram que, antes de tudo, exames devem ser feitos para constatar que qualquer problema posterior à Covid esteja realmente ligado à ela.

Manoel Neto, fonoaudiólogo, especialista em Disfagia, que é a dificuldade de deglutir, informou o quão importante é o acompanhamento fonoaudiológico no pós-tratamento da Covid-19, especialmente em pacientes que foram entubados, a fim de se evitar agravamento no quadro pulmonar.

“A fonoaudiologia é uma destas áreas que atuam na reabilitação do paciente pós-Covid sequelado, pois o foco da atuação fonoaudiológica está na reabilitação da disfagia e redução do risco de broncoaspiração, pois pacientes com dispneia ou que tenham feito uso de ventilação mecânica invasiva apresentam elevado risco de aspirar alimento para os pulmões e desta forma evoluir com agravamento no quadro pulmonar. As intervenções fonoaudiológicas têm como objetivo definir quais alimentos são seguros para o paciente comer por via oral, reabilitar a função da deglutição, restaurar a qualidade vocal e melhorar a comunicação dos pacientes na fase de recuperação clínica”, declarou.

Ele disse ainda que uma das principais dificuldades profissionais consiste na necessidade de buscar novas formas de trabalho para avaliar e reabilitar as funções de deglutição e de comunicação de forma segura para os profissionais da equipe e ao mesmo tempo efetiva para a reabilitação dos pacientes.

“A fonoaudiologia é uma profissão que trabalha muito com a manipulação das estruturas faciais e cervicais e por isso entra em contato com a mucosa e secreções de vias aéreas dos pacientes, porém atualmente recomenda-se a mínima manipulação possível dessas estruturas. Diante disso, vê-se a importância de um fonoaudiólogo lidando no tratamento e pós da Covid, pois ele é um dos profissionais que saberá lidar em situações específicas como esta, principalmente quando paciente sai do hospital e vai para casa, sem acompanhamento 24 horas”, pontuou.

A fisioterapeuta Jéssica Sero, profissional que atua diretamente com pacientes infectados com a Covid em Picos, explanou de que forma se faz essencial a atividade durante o tratamento da doença.

“Durante o tratamento da Covid, o fisioterapeuta vai atuar desde a fase inicial até a aguda, ou seja, na assistência dos pacientes graves, que geralmente são os que se encontram na UTI. Nós damos assistência na entubação como também manejando o ventilador mecânico, que é papel próprio do fisioterapeuta. Somos nós que manejamos o sistema. Também ajudamos na conduta de terapia como melhora da função respiratória; na estratégia de mobilização precoce, que são condutas que vão progredir o paciente no leito pelo fato de passarem muito tempo deitado. Isso pode progredir para o imobilismo do paciente, então fisioterapeuta não pode deixar que isso aconteça”, explicou.

Mesmo sem estudos conclusivos, a profissional afirma que uma pessoa afetada pela Covid só pode se restabelecer com segurança e rapidez se mantiver o tratamento posteriormente à sua doença, e assim retornar, pouco a pouco, às suas atividades cotidianas.

“Como não há estudos conclusivos da extensão das sequelas, mesmo tendo alta, e até mesmo aqueles que não foram internados, muitos saem com sequelas. E se não houver uma continuação do tratamento fisioterapêutico, pode fazer com que o paciente volte para o hospital ou dê entrada, caso seja um paciente inicialmente simples. A fraqueza muscular, falta de sensibilidade, redução da capacidade pulmonar, perda de equilíbrio, alterações neurológicas são apenas algumas das sequelas que pacientes têm relatado. Então, se não houver continuidade, o paciente pode voltar para o hospital por não continuar o tratamento, por isso a importância. Mas não se pode fazer disso uma regra, como já mencionei, pois não há estudos conclusivos sobre a doença e suas sequelas”, destacou.

 

Riachaonet

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